«Video da campaña de crowdfounding na plataforma Verkami da banda deseñada biográfica sobre Ricardo Carvalho Calero, homenaxeado das Letras Galegas 2020.
Autores: Xico Paradelo, Irene Veiga, German Hermida e Iván Suárez
Editan: Através Editora e Demo Editorial».
“Menos mal que nos queda Portugal”
NIEVES NEIRA ROCA (Jornalista (trabalha no jornal El Progreso), bailarina e poeta galega)
«O dia em que se decretou o estado de emergência na Espanha tive pena de não estar em Portugal. Aqui, na Galiza, temos uma expressão com que muitas vezes olhamos o nosso país mais que vizinho. “Menos mal que nos queda Portugal”. O que começou por ser o título de um álbum do grupo Siniestro Total, nos anos oitenta, acabou por ser palavra comum.
O dia em que só divisámos a tragédia que viria, tive pena de não estar em Portugal. Surpreendeu-me essa pena. Não é que quisesse deixar aqui a minha casa, a minha família, não era isso. Foi antes a evidência de uma pertença. A um país? Pensei. Mas, o que é um país? Continuei a pensar. Uma longa história, sim, mas sobretudo uma vontade de estarmos juntos, a maneira larga e litoral de entender essa palavra, juntos.
Estes dias também pronunciamos, aqui na Galiza, e já em toda a Espanha, “menos mal que nos queda Portugal”. Nunca a direita espanhola, ruim, agora também na oposição, nos tinha defendido perante a Europa com a rotundidade como o fez António Costa na Comissão Europeia perante a proposta “repugnante” da Holanda de investigar a Espanha por não ter recursos para enfrentar a crise. Não é tão comum ouvir um político nomear as coisas como são. Obrigada. A mesma proposta repugnante da extrema-direita espanhola de restringir o acesso à saúde aos emigrantes em situação irregular teve o seu contrapeso na decisão, em Portugal, de regularizar estas pessoas. “Menos mal que nos queda Portugal”.
O dia em que se decretou o estado de alarme eu não imaginei que queria estar em Portugal por ser um dos países mais rápidos em tomar medidas, por não impor um quadro sancionador que aqui está a gerar atitudes de violência entre os vizinhos, nem ter o exército a ocupar as ruas. Era mais fácil, isso sim, imaginar como Portugal teria uma maior sensibilidade com a cultura nesta crise. Ouvir a Graça Fonseca dizer quanto “precisamos de artes na nossa vida” e facilitar a criação desse movimento colaborativo #EntraEmCena não é suficiente, mas sim um passo importante. Cultura que também é a do apoio explícito do ministério de agricultura aos produtos locais, aos agricultores e ganadeiros que cuidam uma terra que urge habitar de outra forma.
Menos mal que nos queda Portugal. Menos mal que tenho aí em Portugal uma boa amiga, a Susana Travassos, que me ofereceu escrever estas palavras. Não estou por trás daquela janela pela que tanto olhei as águas do Tejo, naquele ano em que Lisboa me acolheu tão bem, mas esta noite quero sonhar que este texto possibilita estar lá um pouco, o suficiente como para poder dizer obrigada. Talvez parecesse louco esse Agostinho da Silva, quando dizia que Portugal não é um país, mas sim uma ideia para espalhar pelo mundo. Perante a ameaça do vírus e, sobretudo, perante a ameaça das respostas frente ao vírus, eu penso em que sim, que Portugal é uma ideia, que menos mal que nos queda Portugal.»
(Cf. Jornal do Algarve)
Nesta casa…
Alecrim dourado
Popular galego-portuguesa. Acompañada por Miguel Gonçalves, Filipe Pereira e Alex Salgado.
(Cf. fadobarcelos)
Colexios galegos e portugueses celebran o ‘Día da Radio’ con emisións en directo e programas sobre diversidade
«Este 13 de febreiro celébrase o Día Mundial da Radio. Coincidindo coa conmemoración, colexios galegos e portugueses levan días traballando nas súas emisoras escolares, que culminarán este xoves con emisións en directo, realización de podcasts e outras actividades, que terán como temática central a ‘diversidade’ en todas as súas manifestacións: diversidade cultural, de xénero, de idades ou de nacionalidades.
A asociación cultural Ponte…nas Ondas! impulsa boa parte destas accións, suxerindo actividades para os centros de ensino de unha e outra banda do Miño. Así, como experiencia de radio interescolar multimedia, proponlles ás escolas que expresen a súa diversidade empregando todas as posibilidades que ofrece a radio en todos os seus xéneros xornalísticos, formatos ( audios, podcasts, vídeos…) e transmisións ( FM, radio online, redes sociais…). O portal Escolas nas ondas transmitirá o 13 de febreiro as producións realizadas polas escolas participantes […].»
Cf. Praza
“Ensinar português na Galiza é um desafio e uma oportunidade”
«Xurxo Fernández Carballido, colaborador deste portal, professor de português e de galego para nom falantes do Centro de Línguas Modernas da Universidade de Santiago de Compostela é autor da tese “O ensino da língua portuguesa na Galiza”, cualificada de sobressaliente cum laudem. Trata-se de umha investigaçom em que analisa a presença do português no sistema educativo primário, secundário, bacharelato, nas escolas oficiais de idiomas e no sistema universitário. Também avalia os materiais empregados e a formaçom dos docentes de português como língua estrangeira. Fruto deste trabalho constata as resistências “institucionais e administrativas para promover o português” na Galiza, em contraposiçom com “o esforço” de outros territórios como a Estremadura, e qualifica como deficitária a presença do português no ensino galego […].»
Valentim Fagim: “O salto do galego… ao finito e além”

«[…] Até certa idade, as crianças “conversam” essencialmente com a mãe e o pai mas logo que entram no infantário, outras personagens entram na cena de uma forma quase hegemónica, os seus iguais, os colegas de turma, da escola ou do parque.
Também é verdade que não todas as pessoas são obedientes e cada vez mais progenitores recorrem ao galego do sul e do outro lado do Atlântico para oferecer este lazer audiovisual às suas miúd@s. É um binormativismo popular que não precisa de elites a ecoá-lo, nasce da necessidade e da alegria. As mesmas famílias recorremos a um site maravilhoso como http://aliali.fabaloba.com/ com recursos criados na sua maior parte na Galiza como também pegamos nas dicas internacionais que sugere o site de Apego, http://apego.gal/outros-recursos/. E assim ganhamos tod@s.
Se o nosso foco, realmente, é que a língua da Galiza se transmita às novas gerações, já sabemos muitas cousas que não funcionam. Para mim a mais importante é estrangeirar outras variedades da nossa língua por terem o azar de se falarem fora da Espanha. A iniciativa de Apego incluindo canais brasileiros de desenhos animados deveria ser (se o nosso foco, realmente…), uma faísca de uma nova forma de fazer as cousas onde a ortografia e o sabor da língua seja secundário e a sua utilidade pessoal e social seja prioritário porque, na verdade, não temos muito tempo. A época do mononormativismo deve ficar atrás, polo bem de quase tod@s.
Ao infinito e além, diz Buzz Lightyear, de Toy Story. Sejamos mais modestos e comecemos pola finitude dos nossos lares e do nosso dia a dia.»
Cf. Praza
O que é o aRi[t]mar ?
«aRi[t]mar galiza e portugal é um projeto didático-cultural, desenvolvido inicialmente pela Escola Oficial de Idiomas de Santiago de Compostela, pertencente à Consellería de Cultura, Educación e Ordenación Universitaria da Xunta de Galicia, que tem por objetivo divulgar a música e a poesia galego-portuguesas atuais, aproximando a cultura e a língua dos dois países, no enquadramento e desenvolvimento da Lei Valentín Paz-Andrade para o aproveitamento do ensino do português e vínculos com a Lusofonia.
Com a organização da Equipa de Dinamização da Língua Galega e os departamentos de galego e de português do centro, ao longo do ano letivo trabalhamos de forma didática os textos e as músicas com os nossos alunos e, posteriormente, são escolhidas mediante votação online as melhores canções e poesias editadas na Galiza e na Portugal no ano anterior.
O certame consta de quatro categorias:
- Melhor tema musical galego
- Melhor tema musical português
- Melhor poema galego
- Melhor poema português
O desfecho chega em outubro, mês em que se realiza uma Gala de prémios com atuações e intervenções das e dos galardoados, no Teatro Principal de Santiago de Compostela. Esta gala conta com o patrocínio das secretarias gerais de Cultura e de Política Lingüística da Xunta de Galicia, da Deputación Provincial da Coruña, do Concello de Santiago, do Instituto Camões e do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Galiza-Norte de Portugal.
Temos constatado que esta iniciativa está a ter muito bom acolhimento, não apenas entre os nossos alunos e professores, mas também entre o público em geral, quer de Portugal quer da Galiza. Ela contribui para os nossos estudantes aprenderem galego e português, com a motivação acrescentada de trabalharem também com a música e a poesia e a rima e o ritmo. Por isso, decidimos partilhá-la, dirigindo-nos a outros centros de ensino em que, além de galego, se ensina (em) português, ou onde a música e/ou literatura são centrais na oferta académica.
Por isso, além das comunidades educativas e sociais da Escola Oficial de Idiomas de Santiago de Compostela, também participam e colaboram neste projeto as da Facultade de Filoloxia da Universidade de Santiago de Compostela, Conservatorio Profesional de Música de Santiago de Compostela, Escola Oficial de Idiomas de Lugo, Escola Oficial de Idiomas de Pontevedra, Centro Cultural Português de Vigo-Instituto Camões, e os centros do Ensino Português pelo Camões na Galiza: IES Arcebispo Xelmirez I (Santiago de Compostela), IES Félix Muriel (Rianjo), IES de Valga, IES Valadares (Vigo), IES Politécnico (Vigo), IES A Sangriña (Guarda), CEIP Mariñamansa (Ourense), CEIP Manuel Luís Acuña (Ourense), CEIP Oimbra e CEIP Princesa de España (Verim), e o Instituto de Ensino Secundario de Cacheiras (Teo). Para além disso, depois de assinarem um protocolo de colaboração a Consellería de Cultura, Educación e Ordenación Universitaria e mais a Compañía da Radio e a Televisión de Galicia (CRTVG), esta última difunde através dos seus meios os conteúdos audiovisuais do certame, com especial destaque para os temas musicais finalistas e ganhadores correspondentes à Galiza e a Portugal.»
Cf. aritmar