A Xunta creará un “observatorio da lusofonía”

Valentin Paz Andrade (La Voz de Galicia)
Valentín Paz Andrade (La Voz de Galicia)

«La entidad llevará el nombre de Valentín Paz Andrade y promoverá el conocimiento del portugués y el papel internacional del gallego.

La Xunta aprobó hoy jueves la creación de un observatorio de la lusofonía, que llevará el nombre de Valentín Paz Andrade, para estrechar lazos con los países de habla portuguesa e impulsar por esa vía el papel internacional del gallego.

Alfonso Rueda señaló que los países de la lusofonía suman 270 millones de habitantes e hizo un llamamiento a aprovechar la «enorme vantaxe lingüística» para estrechar relaciones culturales, educativas y económicas con ellos.

El presidente recordó que en el 2014 se aprobó por unanimidad en el Parlamento gallego la Lei Paz Andrade para promover el acercamiento a la lusofonía. La creación del observatorio es un paso más en esa estrategia.

Rueda explicó que en el observatorio estarán representados el Consello da Cultura Galega, la Real Academia Galega, las tres universidades, la Federación Galega de Municipios e Provincias, a la Confederación de Empresarios de Galicia y los centros de estudios gallegos radicados en Portugal y Brasil, entre otras entidades.

El observatorio empezará a funcionar en un plazo máximo de seis meses, de acuerdo al texto aprobado por el consello de la Xunta.

Entre sus objetivos, añadió el presidente, estarán fomentar la colaboración público-privada para impulsar el conocimiento del portugués en Galicia, fomentar las actividades de colaboración e intercambio con los países de la lusofonía y detectar las oportunidades, retos y necesidades para Galicia en ese espacio.

La lusofonía está agrupada desde 1996 en la Comunidade de Países de Lingua Portuguesa, que suma a los citados 270 millones de personas.»

Cf. La Voz de Galicia

Nota: Conforme nos informaron membros da directiva da AGLP, “a Academia Galega da Língua Portuguesa não apenas faz parte do novo Instituto mas é a que apresentou à Junta o projeto e organizou todo o processo de constituição e aprovação”.

«Lula e Galicia na construción da lusofonía»

«[…] A posibilidade dun punto de inflexión na dinámica da CPLP, un impulso cara diante e un novo namoro entre o Brasil e África será relevante para Galicia. Próximos a cumprir o décimo aniversario da aprobación por unanimidade no Parlamento de Galicia da coñecida como Lei Paz Andrade (Lei 1/2014, do 24 de marzo, para o aproveitamento da lingua portuguesa e vínculos coa lusofonía), a nova etapa que agora abrirá a maior organización lusófona pode ser un novo escenario idóneo para desenvolver a Lei en Galicia con máis intensidade.

Grandes proxectos dos que se fala desde hai anos, como a Casa da Lusofonía, o Observatorio da Lusofonía Paz Andrade (no que traballa a Xunta, derivada da Lei de Acción Exterior e Cooperación ao Desenvolvemento), ou os mecanismos de participación de Galicia na CPLP, (agora que España é observador asociado recoñecendo o peso de Galicia neste proceso), poden ter unha nova onda de oportunidades para maximizar as posibilidades do retorno das nosas accións en todos estos países, que suman os 250 millóns de habitantes…

Non obstante, o prioritario (como no conxunto da prolífica acción exterior de Galicia) é ordear e poñer en común todo o que xa se está facer desde a Xunta, as cidades, as Deputacións. Sumar forzas coa sociedade e trazar unha folla de ruta que máis alá das palabras e os titulares traia novas enerxías ao noso modelo de desenvolvemento do futuro. Poucas cousas darían máis sentido a caracterización de nacionalidade histórica no Estatuto […]».

Cf. IGADI

XORNADAS “GALICIA NA LUSOFONÍA DOS ANOS 20” | 3-4 NOVEMBRO

Deputación de Pontevedra coa acción exterior de Galicia

«Esta proposta nasce oito anos depois da aprovaçom da Lei Paz Andrade, e desenvolve-se ao abrigo dum convénio entre o IGADI e a Deputación de Pontevedra, ligado também à aprovaçom em março de 2021 da Lei de Acción Exterior e Cooperación ao Desenvolvemento de Galicia, assim como à entrada do Estado Espanhol na Comunidade de Países de Língua Portuguesa coma observador associado, no verao do 2021.
O IGADI é responsável polo Observatorio Galego da Lusofonía e a entidade experta de estudos internacionais no Consello de Acción Exterior da Xunta de Galicia (CAEX)».

Cf. PGL

aRi[t]mar celebrou a lusofonía

«O festival aRi[t]mar fechou esta cuarta feira en Compostela a súa sétima edición cunha gala na que a música e a poesía conviviron en harmonía, bañadas pola defensa da lusofonía, como é meta orixinal desta iniciativa. Sabíanse de antemán os nomes das e dos premiados, mais nin ese avance que lle restaba o efecto sorpresa foi quen de quitarlle brillo a gala da convivencia e a ruptura de fronteiras entre a Galiza e Portugal.

A “abrumadora vitoria feminina” foi seguida por un auditorio ao máximo da súa capacidade (600 persoas) […].»

Source: aRi[t]mar celebra a lusofonía que esvaece as fronteiras

Jorge Mira: “A aproximação de Galiza a uma melhor competência no espaço lusófono tem uma utilidade inquestionável”

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«Neste ano 2021 há 40 anos desde que o galego passou a ser considerada língua co-oficial na Galiza, passando a ter um status legal que permitiria sair dos espaços informais e íntimos aos que fora relegada pola ditadura franquista. Para analisar este período, iremos realizar ao longo de todo o ano, uma série de entrevistas a diferentes agentes sociais para darem-nos a sua avaliaçom a respeito do processo, e também abrir possíveis novas vias de intervençom de cara o futuro.

Desta volta entrevistamos o físico, investigador e divulgador científico, Jorge Mira.

Qual foi a melhor iniciativa nestes quarenta anos para melhorar o status do galego?
O Xabarín Club. Esse acervo de programaçom infantil da TVG, no momento de maior esplendor, era mui seguido por milhares de pessoas. E o mais importante, a maioria gente nova, num momento de crescimento pessoal quando se estabelece o prestígio percebido das línguas que nos rodeiam.

Menção especial tenho para o extraordinário labor de dobragem que se fez nas series estrangeiras. Nomeadamente, a dobragem de “As bolas do dragón” marca um fito na historia da TVG.

Estou a falar de algo que aconteceu há 20 ou 30 anos, na época previa à era da transmissão de vídeos por Internet, que está a mudar todo o paradigma televisivo. A conquista desse espaço é fundamental e deveria ser prioritária (esse é, de facto, um dos alicerces fundadores da CRTVG).

Se pudesses recuar no tempo, que mudarias para que a situação na atualidade fosse melhor?
Falar com um físico de recuar no tempo é-che complicado, porque a física proíbe tal cousa… Piadas à parte, para certos assuntos procuro não cair no tentador erro de julgar o passado com os olhos do presente, que é uma operação que sai barata.

Em principio um pode pensar que se deveria ter apostado por uma maior presença nos meios de comunicação, mas quando boto a vista atrás e se somamos os formatos digitais, até parece que essa presença era maior há 20 ou 30 anos do que agora.

Também se pode pensar nos debates que houve a finais dos anos 70 e princípios dos 80 para fixar a norma do galego. Eu daquela era mui novo, e apenas posso opinar desde a distância temporal e com as referências que me transmitiram, desde logo; mas polo que me teve contado algum dos atores essenciais desse processo, se calhar seria bom um melhor entendimento. Seja como for, devemos valorar se estabelecermos uma normativa para o galego afastada da realidade da rua poderia conduzir a um maior efeito fugida dos galego-falantes (isso que se escuta às vezes: “esse galego normativo não é o real”).

No fundo, cumpre não esquecer que a situação do galego depende duma coabitação com o castelhano, um polo atrativo de grandíssimo poder. Voltando para a linguagem física, uma ideia interessante é especular com os efeitos de compensação derivados do fortalecimento do polo atrativo desde o português, que de certo modo fizesse balanço de forças. Certo é que esses balanços de forças nem sempre são instáveis, como uma pelota no cume duma montanha: ou cai para um lado ou para o outro. Isto é um reto de investigação mui interessante para a sociofísica.

O efeito da magnitude das forças para aplicar sobre o sistema é algo que também não é claro para mim, de facto não me atrevo a valorar se haveria mudar algo ou não. A força que tem o castelhano provêm dos falantes, por mera osmose, e até diria que o faz à margem da boa consideração que estes tiverem sobre o galego. No jogo de contrapesos que se estabelece, o temor é que a tensão de forças sobre o galego acabe por o separar da cidadania e por o converter em algo como o latim da baixa idade meia: uma língua investida em honra e respeito, mas só utilizada por uma minoria em certos espaços de elite e academia, quanto o grosso da população se move por outros lares…

Que haveria que mudar a partir de agora para tentar minimizar e reverter a perda de falantes?
Disso falo nos meus artigos de investigação, como Interlinguistic similarity and language death dynamics, An analytic solution of a model of language competition with bilingualism and interlinguistic similarity, Non Trivial Coexistence Conditions for a Model of Language Competition Obtained by Bifurcation Theory e Coexistence in Exotic Scenarios of a Modified Abrams–Strogatz Model.

Como vedes, assinalo que, para modelarmos a dinâmica galego-castelhano, há dous parâmetros fundamentais: o prestígio percebido pela comunidade de falantes para cada uma delas e a perceção da distância que as separa (o prestígio é um parâmetro que sintetiza um  cúmulo de perceções que atribuem diferentes virtudes às línguas).
Quanto ao prestigio médio percebido, no meu grupo de investigação temos medido que é menor para o galego, algo que imagino que é óbvio para a maior parte da gente (olho, nem toda!), mas a possibilidade de que se poda chegar a quantificar como nós fizemos é algo muito satisfatório. Por isso, a primeira cousa para mudar é evidente: melhorarmos esse prestígio.

Como é que se faz isso? Também com estratégias que todos sabemos: presença do galego nos formatos médios de comunicação veiculares na gente de menos de 30 anos (isto inclui o apoio de pessoas referentes para essas faixas etárias). Para os de mais idade creio que é menos vital.

Quanto a distancia galego-castelhano, é-che um ponto no que cumpre ainda um debate. Nalguns trabalhos preliminares estamos a medir que, nas cidades onde o prestigio do galego caiu a pique, a distância percebida entre galego e castelhano é mui pouca. É dizer, é como se o facto de perceber que o galego é umha versão apenas uma miga distinta do castelhano (algo assim como um dialeto) fosse na sua contra e faga que o galego acabe diluído no castelhano.

Há anos fui convidado pelo Instituto d’Estudis Catalans para falar no seu programa de conferências magistrais, a fim de expor o meu trabalho. No debate posterior escutei pela primeira vez o termo “galleguització”: o efeito atraente que o castelhano tem sobre a norma do catalão, que estaria a provocar um processo de diluição da língua catalã na castelhana. Do próprio termo o que se entende é que, para eles, o galego era uma língua mais afetada por esse processo de diluição no castelhano.

Seria uma solução provocar um afastamento da norma com respeito ao castelhano (é dizer, adotar o paradigma luso), na busca dum corta-fogo?
Não sei. É possível mudar a norma num minuto, mas haveria de valorar qual seria a resposta inercial da massa de falantes. Seguiriam essa mudança ou, pela contra, afastariam-se do galego?

Nos nossos artigos de investigação temos analisado a estabilidade do sistema galego-castelhano e comprovamos que, se a distancia galego-castelhano aumenta, a capacidade de coexistência das duas línguas mingua (é dizer, a existência do galego passaria a um ponto instável). A questão é a parte quantitativa da pergunta. Essa mudança na capacidade de coexistência seria muita ou pouca? Seguimos a investigar…

Achas que seria possível que a nossa língua tivesse duas normas oficiais, uma similar à atual e outra ligada com as suas variedades internacionais?

A nível global, não estou certo, pelo aumento da entropia e confusão que poderia produzir no corpo de falantes. Além disso, sendo prático, vejo-lhe utilidade, pessoalmente abofé, e vou pôr exemplos: o meu diretor de tese, José Rivas Rey, foi o fundador e primeiro diretor do Instituto de Nanotecnologia de Braga. Esse é o maior centro de investigação de Portugal, nado do cume hispano-luso de Évora, em 2005, como símbolo da união dos dous países. Quando o Presidente de Espanha e o Primeiro Ministro de Portugal resolveram a sua criação, escolheram o professor Rivas Rey para dirigir a  construção, e eu teve a honra de ser designado, junto com o professor Luís Liz Marzán, membro da sua equipa assessora, no marco da Secretaria de Estado de Investigação (para nos entender, o equilíbrio político foi: ente hispano-português situado em Portugal com gestores galegos). Nos anos seguintes, os galegos da equipa compreendemos o ótimo de termos uma boa competência numa variante do galego mais próxima à língua portuguesa… Isso é algo óbvio para mim a dia de hoje: dirijo o projeto de cálculo de expansão da Covid-19 financiado pelo Governo de Espanha em Galiza, e estamos em simbiose com o projeto homólogo que financia o Governo de Portugal  (cuja líder e uma professora da Universidade de Aveiro), e no dia a dia do trabalho os galegos botamos de menos uma maior mestria na comunicação com os portugueses.

Não descubro nada à gente leitora deste portal quando digo que o português é uma língua hegemónica: a 7a do mundo por número de falante como língua materna e a 9a por número de falantes totais. Por isso, qualquer medida que inclua uma aproximação de Galiza a uma melhor competência no espaço lusófono tem uma utilidade inquestionável. Invoco-o como um razoamento prático, por se outras rações mais vinculadas ao sentimento não forem dabondo. A língua portuguesa tem origens em Galiza (algo que as elites da filologia em Portugal esquecem muito mais do que imaginamos), e não deveríamos perder essa oportunidade estratégica. Há um par de anos organizei um foro no Conselho da Cultura Galega sobre a hora oficial e convidei um colega sevilhano e o responsável da hora oficial portuguesa. Quando estávamos os três físicos juntos, tínhamos de falar em inglês, mas quando o sevilhano marchava, ele falava em português e eu respondia em galego. O lógico.»

Cf. PGL

Conclusións do III Congreso de Estudos Internacionais de Galicia “Galicia e a lusofonía diante dos desafíos globais”

«Galiza e a Lusofonia perante os desafios globais”

Ponte Vedra, 27 e 28 de março de 2019

1. Num mundo cada vez mais globalizado e interconectado, as relações históricas da Galiza com Portugal e os territórios intercontinentais de língua oficial portuguesa, situam-nos ante uma oportunidade histórica para a paradiplomacia e ação internacional galega. Os desafios globais do século XXI encontram na nossa língua, e na nossa identidade, ferramentas com capacidade de retorno e criação de oportunidades para a nossa sociedade.

2. Existe uma relação cada vez mais indivisível entre linguagem, economia e comunicação. A interação da linguagem dentro das relações económicas e culturais permite a fluidez da cooperação e o desenvolvimento de projetos conjuntos, sendo um elemento facilitador. A Galiza e o mundo lusófono têm esta vantagem comparativa. A lingua é, portanto, um ativo para as relações comerciais e económicas no mundo de hoje. O III Congresso de Estudos Internacionais da Galiza achegou-se a estas perspetivas com o objetivo de promover uma visão integral.

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A lusofonía, unha “vantaxe competitiva” para a economía galega

Daniel González Palau e Álvaro Xosé López Mira

“Nun mundo cada vez máis globalizado e interconectado, as relacións históricas de Galicia con Portugal e os territorios intercontinentais de lingua oficial portuguesa sitúannos diante dunha oportunidade histórica”. Esta é unha das principais conclusións recollidas no libro Galicia e a lusofonía diante dos desafíos globais, resultado do III Congreso de Estudos Internacionais de Galicia, que o pasado mes de marzo promoveron na Facultade de Ciencias Sociais e da Comunicación a Área de Ciencia Política e da Administración-Observatorio da Gobernanza G3 e o Instituto Galego de Análise e Documentación Internacional (Igadi). Editado polo Servizo de Publicacións da Universidade de Vigo, o volume reúne as achegas de preto de 20 expertos e expertas de diferentes países e pon o foco na “vantaxe competitiva, empresarial, comercial, cultural, deportiva, social e cooperativa” que para Galicia supón o espazo da lusofonía, unha comunidade integrada por preto de 260 millóns de persoas.

Coordinado polos codirectores do congreso, os investigadores do Observatorio da Gobernanza Celso Cancela e Álvaro Xosé López Mira e o director do Igadi, Daniel González Palau, o volume pon de relevo nas súas conclusións a necesidade de “tomar medidas urxentes para materializar estas vantaxes comparativas”, sinalando como un dos “retos inmediatos” a potenciación do ensino da lingua portuguesa en Galicia.

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