Freixanes e Maragoto debaten no IES de Valga sobre o futuro do galego na Lusofonía
«Para Freixanes, a solución non pasa nin por integrarse no castelán nin no portugués, mais Eduardo Maragoto opinou que a converxencia co portugués era a mellor forma de protexer o léxico galego, e até leu un texto escrito em portugués con sotaque galego e con sotaque portugués para demostrar que a mesma ortografía servía para representar diferentes formas de falar a mesma lingua.»
«“E se dedicássemos um tempo das aulas de galego a aprender português? Seria bom ou mau para o galego?” Com estas perguntas começa o novo vídeo de Eduardo Maragoto em que se defende que o ensino integrado de galego e português poderia ser muito benéfico para o galego, mesmo do ponto de vista de quem defende que esta língua deve permanecer independente do português.
Com uma focagem assim, a disciplina de galego poderia ficar com mais valor externo (pois a sociedade em geral iria vê-la mais útil) e interno, dado que a língua ficaria reforçada estruturalmente. Para o demonstrar, o presidente da AGAL compara os manuais do nível básico de galego e português mais usados nas Escolas Oficiais de Idiomas (Aula 1 de galego e Entre Nós 1), concluindo que as formas privativas galegas desfrutariam de um reforço de certa de 77% graças a este auxílio do português. […]»
No decurso de 2020 aconteceu um debate na imprensa sobre a pertinência de o galego possuir duas normas oficiais, a local (também chamada de nacional, “oficial”, institucional, etc), estabelecida e defendida pela Real Academia Galega, e a internacional (também chamada de internacional, histórica, lusista, etc), defendida pela Associaçom Galega da Língua. O presidente da AGAL, Eduardo Maragoto, e o secretário da RAG, Henrique Monteagudo, protagonizaram um interessante intercâmbio de ideias ao respeito:
«[…] Como pode contribuir a língua portuguesa para a Galiza?
Nos dias de hoje poucas pessoas defensoras do galego têm dúvida de que é urgente que o português chegue ao ensino na Galiza. Para já, é um recurso desaproveitado pelos galegos e galegas de um ponto de vista sociocultural e económico. Até a direita galega, tradicionalmente desinteressada nesta questão, foi capaz de ver isso quando avançou com a Lei Paz Andrade. Por outro lado, seria vital para o próprio galego, que escamba para o castelhano a graNde velocidade, para reforçar a sua estrutura interna. O contacto com o português permitiria a revalorização do léxico e das estruturas genuínas galegas. Repara, quando eu era criança, os adultos costumavam usar o verbo “brincar” com o mesmo valor que tem em português. Hoje, só três décadas depois, quase toda a gente usa só “jogar” com esse valor, como em castelhano, mesmo nos livros infantis editados para ensinar galego às crianças. Qual foi o problema? A desconexão do português. A língua portuguesa tem de ser ensinada, ouvida e lida na Galiza. É a única forma que eu vejo nos dias de hoje para parar essa deriva. […]»