Carla Nepomuceno: “Não é possível apenas com atitudes positivas manter o galego porque inúmeras pessoas que apresentam atitudes positivas, não o utiliza”

Carla Nepomuceno (PGL)

«[…] Qual deve ser o papel do português no ensino? Ampliar a sua presença como segunda Língua Estrangeira? Ser lecionada dentros das aulas da matéria troncal de galego? Ambas?
Esta pregunta é um pouco complexa porque necessita do engajamento de políticas públicas neste sentido. Em linhas gerais, eu acredito que ao falarmos do ensino de português na Galiza perpassa por reflexões sobre a necessidade de uma abordagem específica para os estudantes galegos, é necessária uma avaliação sobre as ações político-linguísticas realizadas na Galiza para o ensino do Português como segunda língua estrangeira.
Talvez, o caminho a seguir seja buscar metodologias sensíveis às diferenças e semelhanças culturais e linguísticas dos estudantes de português na Galiza, verificando o repertório linguístico que nos une, bem como os diferentes valores sociais e identitários de cada um. É necessário encontrar um caminho para o desenvolvimento do ensino de português porque difere totalmente da focagem do ensino de PLE para estudantes bilíngues, ao mesmo tempo que também difere do ensino de PLE para não falantes de português. Não sei se consegui ser clara neste ponto, a questão é que, se ampliar o ensino de português como língua segunda ou focá-la dentro da matéria de galego, coincidimos em uma questão: há que procurar outras achegas para sustentar esta abordagem, levando em consideração todas as particularidades do ensino de português na Galiza. […]»

Cf. PGL