«Hoje falamos com Enrique Sáez Ponte, economista, empresário e presidente da Fundación Juana de Vega.
As relações económicas com Portugal sempre fôrom um dos teus focos. Porquê?
O meu interesse tem a ver, por um lado com uma atitude pessoal, de interesse, e depois com o meu trabalho. Fum diretor comercial do Banco Pastor, e num cargo assim é importante planificar onde tem mais sentido instalar-se; o Pastor foi um banco com muitíssima presença na Galiza e isso, de alguma maneira, tornou recomendável impulsionar a presença em Portugal, labor que desenvolvim durante 12 anos, de 89 a 2001, aproximadamente. Primeiro através de parceiros portugueses, mas depois fomos nós diretamente, com uma sociedade financeira, que deveria ter dado lugar a novas sucursais, ainda que nom chegasse a produzir-se polas circunstâncias que mudaram a vida do banco. Porém, durante esses 12 anos estivem indo a Portugal quase todos os meses, passava dous ou três dias por mês no Porto. Fum vendo a aproximaçom de empresas galegas a Portugal e a capacidade cada vez maior de ir dum lado para outro, o que me deu uma perspetiva mais completa. Comecei a analisar os dados de comércio exterior e reparei em que estavam a crescer muito as trocas entre as duas partes da raia e que além disso nós exportávamos bastante mais do que importávamos.
Em que momento se encontram as relações económicas entre a Galiza e o Norte de Portugal?
No melhor da história, durante séculos fomos parte da mesma cousa; uma província romana, um reino, mas daquela a gente nom se movia tanto, nom havia meios de transporte, havia menos populaçom e menos atividade económica. O que hoje acontece é outro patamar. Temos uma integraçom muito forte, quase uma integraçom de dous mercados, que se está a produzir pouco a pouco, e estamos no melhor momento, graças à entrada na Uniom Europeia. De facto, foi a própria Uniom Europeia que pagou a autoestrada que nem Lisboa nem Madrid tinham presa em construir.
O dinamismo da economia galega ou da economia portuguesa entendem-se sem a outra parte?
Nom, nom se entende. A partir da entrada na Uniom Europeia, a Galiza começou a crescer mais do que a média espanhola: quando entramos na Uniom Europeia éramos uma das duas ou três comunidades mais pobres do Estado e agora estamos perto da média. Quando eu estudava Económicas parecia impossível, e hoje temos uma renda per cápita na Galiza superior à das Astúrias ou Valência. Isto, em grande medida, tem a ver com o comércio exterior, a Galiza é muito exportadora, e tem duas locomotivas, o setor do automóvel e Inditex; contudo, quando entrou na Uniom Europeia, só o setor do automóvel, ao redor da Citroën, representava mais de 60% da exportaçom galega. Hoje se somas Citroën e Inditex e tudo o que têm ao redor, é menos de 50%, quero dizer, fôrom nascendo muitas mais empresas.
A Galiza é uma comunidade autónoma, a primeira ou segunda, em percentagem de exportaçom sobre o PIB: exportamos muito mais que quase todas as comunidades autónomas. Tem a ver muito com que nós estávamos um pouco isolados dentro de Espanha, entom, com a entrada na Uniom Europeia, era-nos igual mandar cousas a Valência ou a Bordéus, toda a gente começou a exportar com naturalidade. Além disso, a emigraçom e a exportaçom marítima sempre nos fijo estar mais em contacto com o mundo exterior.
Neste sentido, com Portugal, a integraçom foi natural, eu descrevo-a como uma frase, que explica a história económica da Galiza contemporânea: fomos um sul no norte, porque fomos um norte sem sul. Portugal foi mui importante, primeiro, acrescentou-nos algo mais de 10 milhões de habitantes, situados num eixo próximo de nós. Em geral, com menor produtividade do que nós, nesse aspeto fomos norte, por isso exportamos arredor de um 60, 70% mais do que importamos, e começamos a nos sentir norte. Isto implica irmos desenvolvendo pouco a pouco a base industrial. Para além disto, o segundo fator, é que termos aí ao lado um mercado exterior que fala mais ou menos o mesmo, ajudou-nos a muitos a situar-nos em comércio exterior, do ponto de vista da cultura empresarial, sem grandes dificuldades. O primeiro sítio aonde fomos foi uma escola, onde o IVA é diferente, a legislaçom laboral é diferente, a mercantil é diferente… E isso foi-nos adaptando. Depois, uma vez que exportas a um lugar, podes exportar a mais, porque já estás adaptado a mudar as condições de trabalho à área em que te moves, e para isso Portugal foi uma escola próxima, em que muitos aprendêrom a trabalhar fora e logo fôrom a outro sítio. O exemplo paradigmático é a Inditex, a primeira loja que abriu a Zara fora do Estado espanhol foi no Porto.
O dinamismo da área económica galego-portuguesa é já anterior à União Europeia?
Nom, antes havia uma barreira. Obviamente estava perto, mas o dinamismo foi impulsionado pola Uniom Europeia, multiplicou-se muito, a atividade económica anterior a 86 era pequena, nos seguintes quinze anos fôrom desaparecendo tarifas aduaneiras e obstáculos à exportaçom, fôrom-se construindo infraestruturas de comunicaçom e a princípios deste século normalizou-se muito a situaçom.
A Galiza e Portugal conformam um espaço geográfico estratégico no mundo atual (fachada atlântica)?
Com certeza. Já falei um pouco da parte galega, mas também a portuguesa foi beneficiada por esta circunstância, porque apesar de nós exportarmos mais do que eles -sempre o fizemos – em Portugal também exportam cada vez mais, e ademais Portugal é maior, tem mais populaçom e mais superfície. Depois, cumpre falar de aspetos mais locais, da Eurorregiom, especificamente do Norte de Portugal, que conta com dous elementos muito concretos: primeiro, a raia e o dinamismo industrial de Vigo, que leva muitas empresas galegas para o outro lado, por terem melhores condições fiscais, ou melhores condições do solo, e preferem instalar a empresa da parte do Minho português, que estava afastada dos grandes centros de atividade do país vizinho e começou a crescer, a desenvolver-se, a integrar-se com as zonas mais próximas da Galiza que tinham muito dinamismo económico, também ajudado por essa integraçom. Mais um exemplo muito concreto é o chamado Vale do Ave, ao redor de Guimarães: era o centro do setor da confeção têxtil e tivo uma crise muito grande nos anos 80, pola entrada doutros competidores: Turquia, Marrocos; depois a Ásia… Fazendo um paralelismo, na Catalunha praticamente desapareceu o sector da confeção, mas o Vale do Ave, que era nesse sentido a Catalunha portuguesa, sustentou-se com algumas empresas galegas importantes. O setor da moda galego é importante, também para Portugal. Ainda, há uma certa tendência, e isso já é estratégico, a que o peso de Portugal venha para o Norte, cada vez o Porto tem maior peso. O aeroporto do Porto é mui importante, com linhas com Nova York e com outras cidades centrais, e é referencial também para todo o sul da Galiza.
As relações económicas vão à frente das sociais, culturais ou institucionais?
Isso já o dixo há 250 anos Adam Smith. O comércio move quase tudo. O feito de que a Grécia desenvolvesse uma democracia antiga e tivesse um alto nível cultural tem a ver com que tinha muitas ilhas perto e comerciavam… O comércio tende a produzir uma atividade mais liberal, mais aberta, permite conhecer gente, instalares-te noutros lados, aprender línguas… É um motor.
A reintegração linguística tem um papel entre as outras integrações todas que parecem querer avançar?
É mui importante a cultura e a língua, também para estabelecer relações, fazer operações comerciais, vender, comprar, tens que instalar-te, criar e dinamizar equipas humanas… Para isto o idioma é fundamental, porque gera algo vital no mundo comercial: empatia, a empatia gera-se quando falamos. E a gente agradece muito que fales a sua língua. Já sabe que nom és de ali e às vezes cometes erros, mas o vínculo que se cria é fantástico.
Eu som neofalante, criei-me em castelhano na Corunha e aprendi o galego já com anos, a base de ler e escrever e falar. Adoito dizer que aprendi o galego depois do inglês. Na casa nom se falava e eu fui educado na época franquista, nom tínhamos galego na escola, aprendi o galego porque tenho tendência a aprender idiomas e vivo na Galiza, e trabalhando numa entidade galega… Durante a transiçom envolvim-me também em alguma atividade cultural e mesmo política, estivem entre as pessoas fundadoras da AGAL, por exemplo.
O galego em Portugal veu-me mui bem, aos poucos dias já falava. Havia quem me dizia que nom podia ser, “nom podes falar português porque é mui diferente, as silabantes, os falsos amigos…” (risos) eu respondia-lhes: nom sei se falo português, eles pensam que sim.
E a tua conexão com Portugal ajudou-che a valorizares o galego?
Sim, claro, foi fundamental. Eu até dei conferências de imprensa em português, e nunca o estudei, podo lê-lo, leio literatura portuguesa, podo redigir contratos sem ter feito nunca um curso de português, só com o galego. Para escrever preciso um corretor de textos, mas, falando, podo comunicar-me mui bem.
Nesse sentido, uma maior presença do português no ensino poderia ser um incentivo ao um maior fluxo económico entre a Galiza e Portugal?
Esta é uma pergunta chave! Já por cima das relações com Portugal, o português é uma língua internacional, com um volume importante, dizem que 250 milhões, mas só o Brasil som 214 milhões, está a crescer muito. Entom, podemos dizer uns 300 milhões de pessoas, e além disso é idioma oficial da Uniom Europeia. Entom, para mim é uma estratégia competitiva: seríamos mais ricos se o nosso galego se aproximasse do português. Depois, que o escrevam como quiserem, porque afinal vam ser robôs a escrever, mas, no aspeto humano, falar permite-nos criar equipas, amizades, trabalhar melhor, e claro, um idioma que dá aceso a 300 milhões de pessoas é uma vantagem competitiva. Isso é o que nom querem ver a partir da visom mais centralista de Espanha, que de repente, um idioma que consideram secundário se converta em idioma internacional, oficial na Uniom Europeia. Isso, para determinados esquemas simples, nom encaixa.
Já dous anos antes da aprovaçom por unanimidade da Lei Paz Andrade, participei num encontro do Foro Peinador, um jantar de empresários em Lestrove, com Feijoo e o conselheiro de Cultura e Educaçom na altura, Xesús Vázquez. Houve várias perguntas, sobre o sector turístico, sobre pesca… Eu perguntei, “por que nom estudamos português a partir do galego?” Nem Feijoo nem o conselheiro da Economia souberam dar resposta, mas foi a única pergunta que recebeu uma ovaçom do empresariado. O Foro Peinador som empresários com sensibilidade galeguista, mas ainda assim, essa é uma chave. Há que ensinar português a partir do galego, para além de determinados interesses e corporativismos. De facto, a Lei tem uma ótima exposiçom de motivos, que ficam estragados no artigo 2, ao dizer que a Xunta promoverá o ensino do português desde as suas competências como línguas estrangeiras. Aí morreu. E continuam a pôr professorado de português, como se fôssemos a Estremadura, o que é uma parvoíce, já que aqui alunos e alunas que falme bem galego podem aprender português em seis meses. Poderia integrar-se no último ano letivo de galego e seria um incentivo para a rapaziada se preocupar mais de aprender o galego, reparando em que é uma vantagem competitiva. Se saíssemos do bacharelato com o conhecimento de dous idiomas internacionais como espanhol e galego, na versom portuguesa, e ainda inglês, nós seríamos muito mais competitivos. Eles, os espanhóis do centro, o que querem é que nom compitamos melhor, nom é apenas uma questom cultural, de domínio, nom, nom, nom querem é que sejamos melhores do que eles.
Há um ano li-a uma estatística curiosa, que assinalava que as comunidades com melhor nível de inglês, ao finalizar o bacharelato, som a Galiza, a Catalunha e Euskadi. Quando falas dous idiomas tens mais facilidade para aprender um terceiro. O bilinguismo a partir de crianças desenvolve capacidades, e se ademais, esse segundo idioma é outro idioma internacional, é uma oportunidade tremenda. Para nós seria uma mudança revolucionária, a Galiza seria um norte. Há que ser ambicioso, e temos capacidade de fazê-lo. Além disso, é a melhor oportunidade de desenvolvimento do país, e a mais barata, claramente. Dá vergonha é que nom aconteça, é dessas cousas que me chateiam. Estragar recursos parece-me injustificável, é pior do que roubar, nom se deveria poder. Os recursos som sempre poucos. Estamos desaproveitando uma oportunidade histórica.
Neste sentido, foi polémica recente a solicitude da Mesa de pedir a oficializaçom do “galego” no parlamento da Uniom Europeia.
Se já Camilo Nogueira falava galego em Bruxelas! E as tradutoras de português traduzia-no, assim que nós nom necessitamos que nos ponham tradutores novos. Já falamos um idioma oficial ali… O Pinheirismo afetou muito a normalizaçom da língua e da cultura, era demasiado isolacionista.
Eu fum um dos fundadores da AGAL, nom estou no mundo do ensino, da academia… mas foi algo que apoiei porque me pareceu mui interessante. Há um artigo que me marcou bastante neste sentido, daquela época, de Carvalho Calero na Voz de Galicia, que se intitulava O voo do flamengo, onde explica como o idioma do norte da Bélgica começou a descolar, e com ele esse território, que de ser o mais atrassado da Bégica passou a ser o mais desenvolvido, quando decidiu que o flamengo era holandês. É pura lógica. O divide e vencerás é que fazem todos os que querem destruir o idioma, ajudando-se às vezes, inocentemente, ou por puros interesses corporativos, por académicos que o que querem é terem é o seu próprio idioma para mudar de regras, etc, e acontece como o catalám de Valência, ou como o galego das Astúrias, que sei que agora se chama eu-naviego. Se o galego se convertesse numa vantagem competitiva, ao dar acesso ao português, que já dá, de facto, seria revalorizada muito a própria língua. As empresas com contacto em Portugal já se dam conta, e os asturianos começariam a ensinar galego também. Nom sei como veria Oviedo isso de que a parte occidental, que está mais atrassada, de repente tivesse um segundo idioma internacional.
Qual o papel das eurocidades a tentar integrar todas as vias de integraçom?
Por agora servem para coordenar rotas de autocarro e algumas outras cousas, som úteis para ir construindo pontes sobre os Estados. Haveria que trabalhar mais em algumas cousas interessantes, como criar alguma legislaçom europeia para criar planos urbanísticos conjuntos, como Tui e Valença. Ou solucionar problemas: em Verim houvo um problema com o paritório, em 2021, e as mulheres tinham que ir parir a Ourense, porque ali nom conseguiam dar o serviço, mas provavelmente poderia havê-lo em Chaves, porque som dous hospitais, que estám relativamente perto, e poderiam, para os serviços que nom têm volume, uns pô-los num sítio, outros noutro, e depois ter um serviço de comensaçom económico. Isso podem fazê-lo perfeitamente. É só que nom vem que isso pode ser feito.
Outro exemplo poderia ser promover que houvesse denominações de origem que açambarcassem parte de Portugal. Existem já exemplos na Europa. Se reparas, Monterrei, ou Rias Baixas usam uvas que há nas duas beiras do Minho. A uva chama-se Alvarinho, Espadeiro, Loureiro… De facto, em vez de fazer a batota de comprar a uva ali, que é a mesma, e engarrafa-la aqui, podia-se trabalhar para ir eliminando a raia.
Nom é fácil, porque os Estados resistem-se muito. O estado-naçom que construímos nos últimos 250 anos tem tendência a fechar-se, a construir fronteiras. Vimo-lo durante a pandemia, foi muito grave, fechar a fronteira com Portugal. E a gente que vai dum lado para outro todos os dias, tinha horas de espera. Se eram precisos mais controlos, o que tinham era que pôr o dobro de funcionários para o controlo, dedicar mais gente, mas nom se podem tratar as cousas por decreto-lei, a partir duma distância enorme. Disso é que gostam os políticos mais nacionalistas e os burocratas que tampouco pensam demasiado, mas amolam o pessoal, porque as pessoas vam trabalhar com naturalidade dum lado a outro. Há muito que trabalhar no terreno institucional nesse sentido.
A Uniom Europeia é uma tentativa séria de superar as limitações do estado-naçom no século XXI. Quem nom gosta de que venha gente de fora está sempre a tentar recuperar barreiras.
A nossa fronteira, que é das mais antigas da Europa, sempre mo dizem os portugueses, ao que eu respondo que também é das mais artificiais. É curioso, é muito antiga, tem muita história, mas ao mesmo tempo é muito natural andar dum lado para outro.
Instituições como o Eixo Atlântico ou a Comunidade de Tragalho Galiza-Norte de Portugal deviam ser revalorizadas? Deviam possuir mais funções e competências?
Sim, o que comentava na pergunta anterior também vale para responder a isto. Haveria que trabalhar também para que as instituiçons comecem a se integrar no dia-a-dia, superando fronteiras. A Uniom Europeia poderia fazer algo mais. Na fundaçom Juana de Vega estamos colaborando em projetos transfronteiriços em que particiapam empresas e pessoas dos dous lados da raia: a integraçom está a produzir-se. E as instituiçons ajudam, mas muitas vezes som mais cultura espectáculo do que realidade. Mas as empresas solucionam problemas, de maneira que é o comercio, já dixem antes, o que vai por diante.
Portugal apostou na Alta Velocidade para a faixa atlântica e na Galiza essa música soa bem a todos os atores políticos e económicos. Caminhamos para uma megacidade Lisboa-Ferrol?
Portugal tomou uma decisom lógica, Lisboa deu prioridade à linha com a Galiza, com Corunha-Ferrol, porque havia um eixo de cidades. Há portos, aeroportos, plataformas logísticas, muita atividade comercial, e como eles dixérom “O que queira ir a Madrid, que apanhe o aviom”. Há praticamente 10 milhons de habitantes num espaço de 20 km de profundidade, e isso é perfeito para o ferrocarril. O ferrocarril é fundamental em duas circunstâncias: nas áreas metropolitanas e nos eixos de cidades, ou seja, nom é demasiado eficiente para atravessar zonas pouco povoadas. Por exemplo, nos Estados Unidos, os costa-a-costa som só de mercadorias. Ou seja, para distâncias longas, melhor apanhar aviom. Mas este é um sítio perfeito para ferrocarril, e um ferrocarril nom tem que ser uma tolaria como o AVE que fizemos nós, que nom serve para transportar mercadorias.
Agora mesmo estou numa nave industrial, ao lado do apeadoiro do ferrocarril do polígono de Pocomaco. Os meus anteriores, decidírom pôr aqui a nave porque pensavam que as vigas de ferro, que pesam muito, iriam vir de trem, e ainda seguem vindo em camiões. Temos as estradas cheias de camiões, com o custo e impato ecológico que acarreta. Aqui na Corunha, estám a fazer uma linha ao porto exterior, e a ninguém lhe passa pola cabeça fazer mais 500 metros para chegar ao polígono de Sabom, ao qual vam milhares de pessoas todos os dias. De novo os recursos: há que aproveitar o que há. Isso sim, investem 4000 milhões para fazer um túnel para que os das Astúrias podam ir a Madrid. Lisboa, porém, vai desenvolver um eixo ferroviário que permita velocidades algo superiores aos 200 km/hora e que sirva também para mover mercadorias, pois o ferrocarril para mercadorias é fundamental.
Isto do comboio é muito importante para a Galiza, depois da ponte da língua, a ponte do ferrocarril é a mais importante. Há que mudar a mentalidade, e tocar estes temas é necessário.Todos temos que pressionar um pouco. Estamos a pedir que se fagam as cousas com cabeça.»
Cf. Portal Galego da Língua