MAIS GALEGO NA EUROPA: um modelo integrador para a língua

«O galego já está a ser utilizado na União Europeia por meio do português. Agora poderíamos conseguir um maior reconhecimento, incluindo as nossas próprias palavras, o nosso sabor local para termos melhor voz nas instituições europeias. Já há precedentes. Pode-se fazer.

O porquê desta petição

O governo espanhol solicitou este ano 2023 à União Europeia que catalão, basco e galego passem a ser novas línguas oficiais da União Europeia. Uma proposta de ‘novas’ línguas que deve ser defendida no caso do catalão ou do basco, mas que não seria necessária no caso do galego. Porque nós somos um sítio distinto e a nossa língua, com as suas variedades, fala-se um pouco por todo o planeta.

Nesse contexto, um grupo de cidadãs e cidadãos europeus decidimos elaborar este manifesto para encontrar uma solução adequada ao caso galego. Entendemos que um modelo integrador, que permita o reconhecimento do galego sem afastá-lo do sistema linguístico ao que pertence, tem espaço no seio da UE […].»

Cf.: MAIS GALEGO NA EUROPA

«Dos estudos galegos em Portugal. Trajetória e alguns desafios»

Ogalus Especial Lusofonia 2023

«ARTIGO QUE FAZ PARTE DO ESPECIAL “OGALUS: LUSOFONIA” POLO DÍA MUNDIAL DA LINGUA PORTUGUESA, 5 DE MAIO DO 2023

A partir de inícios da década de 90 do século passado, a Xunta de Galicia começou a promover uma rede de Centro de Estudos Galegos (doravante CEG) em várias universidades de Europa e América. Apesar de diferentes casuísticas, em geral o papel dos CEG passa por lecionar diversas matérias de temática galega (mormente aulas de língua) em âmbito universitário; passa também por promover a cultura galega no espaço académico e na sua área de influência…
Para tal, segundo a página web da Secretaría Xeral de Política Lingüística da Xunta de Galicia atualmente “o galego é obxecto de estudo en trinta e nove universidades. Vinte e oito delas contan con lectores – licenciados/as en Filoloxía Galega-, asentados en departamentos coñecidos como Centro de Estudos Galegos” (https://www.lingua.gal/o-galego/proxectalo/rede-de- centros-de-estudos-galegos).
Esta rede de CEG implica, cabe destacar, um importante esforço económico pois, em regra, a Xunta de Galicia atribui um orçamento, mediante a assinatura de um protocolo com cada universidade, que tem por objetivo retribuir o/a leitor/a e custear as atividades culturais. Não sendo, em geral, quantias económicas desorbitadas – apesar das dificuldades económicas que muitos/as leitores/as enfrentam – significam, como dizíamos, um esforço económico notório no sentido de, cabe pensar, internacionalizar a cultura galega.

Em Portugal o primeiro CEG foi criado em 1994 na Universidade Nova de Lisboa. Um ano depois, nasceu a Cátedra de Estudos Galegos da Universidade de Lisboa, hoje sem vínculo institucional com a Xunta de Galicia. De 1997 data a criação do CEG da Universidade do Minho e, alguns anos mais tarde, em 2002, o da Universidade do Algarve. Os estudos galegos em Portugal não se esgotam nesta rede, naturalmente; acreditamos, no entanto, que os CEG de Portugal são um dos espaços privilegiados para a dinamização do que poderíamos chamar a internacionalização da cultura galega no espaço português.

A reflexão acerca do papel dos CEG em Portugal não pode descurar, entendemos que o relacionamento, de variada espécie, entre Galiza e Portugal nunca, em séculos, foi tão intenso e diversificado como na atualidade.

Lembre-se ao respeito a relativa institucionalização da relação Galiza-Portugal derivada do surgimento de, a partir da década de 90 do século passado, diversas organizações galego-portuguesas: a Comunidade de Trabalho Galiza/Norte de Portugal (1991), a partir de 2008 Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Galiza – Norte de Portugal; o Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular (1992), constituído por mais de 40 cidades e vilas; com dimensão estritamente local, as Eurocidades (até a data: Valença- Tui, Chaves-Verim e Cerveira-Tominho, a partir de 2012, 2014 e 2018, respetivamente); ou, no plano académico, a constituição do Centro de Estudos Eurorregionais Galiza – Norte de Portugal (2004), integrado por 7 universidades galegas e portuguesas.

O até aqui sinteticamente referido, deve ser complementado com outras iniciativas de foco cultural que vão ganhando visibilidade nomeadamente a partir de, grosso modo, 2014 (significativamente data da promulgação no Parlamento galego da Lei Valentim Paz Andrade): o Prémio Literário Nortear (primeira edição em 2015), promovido pela Direção Regional de Cultura do Norte, a Xunta de Galicia e mais o Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Galiza – Norte de Portugal; o bracarense Festival Cultural Convergências Portugal Galiza (também desde 2015); Arri[t]mar. Prémios Música e Poesia Galego-Portuguesa (a partir de 2016), iniciativa da Escola Oficial de Idiomas de Santiago de Compostela; ou, no âmbito académico, o Programa IACOBUS, cujo objetivo passa por incrementar a cooperação entre as universidades galegas e as do Norte de Portugal replicando em parte o programa Erasmus da Comissão Europeia.

Perante este quadro parece necessário refletir acerca da possibilidade de os CEG portugueses contribuírem para – em termos de diplomacia cultural digamos – o diálogo entre a Galiza e Portugal ou até entre a Galiza e a Lusofonia. Para tal, apontamos alguns desafios, seria preciso repensar a própria rede de CEG. Resulta surpreendente o vazio

desta rede na Universidade do Porto, localizada numa das cidades de referência do Norte português, ou na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro; também na pujante Universidade de Aveiro, entre outras. A eventual reformulação da rede e outras iniciativas deve, em nossa opinião, problematizar a lógica central da relação atual: a consequência sobretudo das políticas da União Europeia (de des-fronterização), os termos do relacionamento estão a virar para a dupla Galiza-Norte de Portugal (ou vice- versa), frente ao antes relativamente consolidado Galiza-Portugal (ou Portugal-Galiza). Cabe, portanto, os atores envolvidos repensarem esta incipiente lógica eurorregional.

Por outro lado, com o sentido de otimizar recursos e promover um trabalho significativo, seria esperável os CEG portugueses contarem com planificações alinhadas com estratégias e objetivos previamente definidos. Nesta direção os três CEG portugueses começamos incipientemente a estabelecer programas de atuação conjuntos, tentando articular o trabalho desenvolvido e poder alcançar mais e melhores objetivos. Entre outras atividades destacamos uma linha de investigação en curso que pretende conhecer as ideias e imagens dos/as alunos/as de estudos galegos em Portugal; igualmente a publicação em Galizae(m)nós. Estudos para compreensão do relacionamento cultural galego-português (2021; acessível em http://hdl.handle.net/1822/76402) em que pretendemos dar voz a pessoas da Academia portuguesa que se têm interessado pelos estudos galegos; também a articulação entre os três CEG que terá como cólofon a celebração do próximo congresso da Asociación Internacional de Estudos Galegos em Portugal (Universidade do Minho, 2024).

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Carlos Pazos 6

Pazos-Justo, Carlos é formado em Filologia pela Universidade de Santiago de Compostela. Como bolseiro do Instituto Camões é pós-graduado pela Universidade do Porto (2001). É Mestre em Teoria da Literatura e Literatura Portuguesa pela Universidade do Minho (2009), Máster en Cultura Española…»

Cf. IGADI

Miguel Anxo Bastos: “Galego na Europa? Não é preciso, já está”

Miguel Anxo Bastos

«Uma das grandes conquistas do nacionalismo catalão nas suas negociações para a constituição da Mesa do Congresso é conseguir a oficialidade da língua catalã e do resto das línguas co-oficiais espanholas nas instituições europeias. No caso de tal iniciativa poder ser levada a cabo, algo bem mais complicado do que parece, não podemos deixar de felicitar os catalães e os bascos pela medida, mas a questão é saber se nos devemos felicitar na mesma medida. Digo isto por duas razões, uma porque a língua galega já é oficial na Europa e a outra porque se estabeleceria a ideia de que a língua que falamos é uma língua diferente da portuguesa, a ponto de necessitar de tradução oficial, algo com que não concordo, pois entendo que o galego e o português são a mesma língua falada aqui e ali com características peculiares. Aliás, não se trata apenas de uma posição de reintegracionistas radicais ou de romanistas como o Eugenio Coseriu, mas também a dum famoso (por ser acusado de espanholista) linguista, D. Gregorio Salvador, no seu livro sobre as línguas de Espanha, que se espantava com a divisão artificial que aqui se fazia entre o galego e o português, conhecendo ele bem as duas línguas. Se seguirmos esta lógica de diferenciação linguística, suponho que também teremos de traduzir o catalão por valenciano e o maiorquino por menorquino nas instituições da UE uma vez que, segundo alguns, são também línguas diferentes. Se, pelo contrário, determinarmos que o galego e o português são a mesma coisa, já podemos utilizá-los oficialmente, como fez Camilo Nogueira quando foi deputado europeu, falando o que nós chamamos galego e pedindo um intérprete português sem qualquer problema, e já dispomos de toda a documentação necessária na nossa língua na sua variante internacional.

Algo semelhante está a acontecer com a rotulagem dos produtos na nossa língua, pedida neste jornal há alguns dias. Quando vou às compras, vejo que cada vez mais produtos estão corretamente rotulados, suponho que porque muitas empresas utilizam a Península Ibérica como unidade de distribuição dos seus produtos, o que me ajuda a conhecer os nomes corretos de muitos novos produtos alimentares ou de limpeza que não tinham um nome tradicional, mas que agora o têm seguindo o génio da nossa língua e sem ter de recorrer ao espanhol. Suponho que o que se está a defender é a rotulagem na variante territorial da língua portuguesa aqui falada e não vejo a necessidade de fazer as empresas incorrerem em mais custos só porque alguns teimam em querer diferenciá-la. Insisto em que o principal é estabelecer a definição do que é a nossa língua, e reitero-o porque parece haver uma certa ambiguidade no mundo nacionalista, pelo menos na maioritaria, a este respeito. As forças não nacionalistas parecem ser mais claras e defendem que se trata de mais uma das línguas espanholas, exclusivamente confinada ao território do Estado. Por um lado, “a nossa língua vive e floresce em Portugal” e, por outro, pedimos coisas que já nos estão disponíveis, como plataformas audiovisuais com programação em galego, que basta um clique para obter, ou o já referido estatuto oficial na Europa. Este debate de definição é muito relevante, não só porque afeta a nossa estratégia política e as nossas relações internacionais, mas também porque, se a ideia de unidade linguística for correta evitaria não só que fizéssemos exigências com pouca utilidade, mas evitaríamos contribuir ainda mais para enfraquecer a nossa língua, afastando-a do tronco comum e dialectalizando-a. Se nós próprios não somos claros a este respeito, não podemos esperar que os atores políticos externos o sejam».

Cf. Nós Diario: Galego na Europa? Não é preciso, já está

«Lula e Galicia na construción da lusofonía»

«[…] A posibilidade dun punto de inflexión na dinámica da CPLP, un impulso cara diante e un novo namoro entre o Brasil e África será relevante para Galicia. Próximos a cumprir o décimo aniversario da aprobación por unanimidade no Parlamento de Galicia da coñecida como Lei Paz Andrade (Lei 1/2014, do 24 de marzo, para o aproveitamento da lingua portuguesa e vínculos coa lusofonía), a nova etapa que agora abrirá a maior organización lusófona pode ser un novo escenario idóneo para desenvolver a Lei en Galicia con máis intensidade.

Grandes proxectos dos que se fala desde hai anos, como a Casa da Lusofonía, o Observatorio da Lusofonía Paz Andrade (no que traballa a Xunta, derivada da Lei de Acción Exterior e Cooperación ao Desenvolvemento), ou os mecanismos de participación de Galicia na CPLP, (agora que España é observador asociado recoñecendo o peso de Galicia neste proceso), poden ter unha nova onda de oportunidades para maximizar as posibilidades do retorno das nosas accións en todos estos países, que suman os 250 millóns de habitantes…

Non obstante, o prioritario (como no conxunto da prolífica acción exterior de Galicia) é ordear e poñer en común todo o que xa se está facer desde a Xunta, as cidades, as Deputacións. Sumar forzas coa sociedade e trazar unha folla de ruta que máis alá das palabras e os titulares traia novas enerxías ao noso modelo de desenvolvemento do futuro. Poucas cousas darían máis sentido a caracterización de nacionalidade histórica no Estatuto […]».

Cf. IGADI

‘O que está a faltar’: mais língua portuguesa na escola?

«Valentín García, secretario xeral de Política Lingüística, e Eliseu Mera, diretor do IES Plurilíngüe de Valga e vice-presidente da Associaçom Galega da Língua (AGAL) conversárom recentemente sobre a progressiva e ainda tímida introduçom do português nas aulas, analisando a oportunidade de avançar com o português em todos os centros do ensino, uma oportunidade que nem o galego como língua nem os galegos como pessoas deviam desaproveitar, pois tornaria a nossa sociedade numa privilegiada em termos idiomáticos.

Esta conversa forma parte dunha série de conversas promovidas pola AGAL e realizadas por Nós Televisión que refletem sobre o ensino do/em galego sob o mote “Ensino do Galego. O que está a faltar?”. A iniciativa contou com o apoio económico da Deputación da Coruña […]».

Cf. PGL

Vanesa Vila-verde: “O estudo de português converte-se numa ferramenta que permite aos alunos ver o galego como umha língua muito mais ampla”

Vanesa Vila-verde_PGL

«[…] Pensas que deveria mudar alguma cousa no ensino da matéria de Lingua Galega e Literatura?
Pois eu acho que é necessário que a matéria de Língua Galega e Literatura deve romper com a dinámica destes 40 anos, isto é, é urgente que o galego seja ensinado e aprendido como umha língua internacional. Os alunos devem acabar o ensino secundário sabendo claramente que a sua língua comunica com 250 milhons de pessoas no mundo e que na sua língua podem aceder a todo tipo de recursos sem precisar do espanhol.

Na minha opiniom, se conseguirmos isso, a visom que alunado possa ter do galego vai mudar radicalmente.

Qual deve ser o papel do português no ensino? Ampliar a sua presença como segunda Língua Estrangeira? Ser lecionada dentro das aulas da matéria troncal de galego? Ambas?
Eu sou professora de português no ensino secundário e, nos três anos que levo lecionando esta matéria, posso dizer que os avanços que se podem conseguir som enormes. A matéria é oferecida como segunda língua estrangeira, mas na realidade funciona como umha matéria que nom é estrangeira, porque na maior parte dos casos os alunos e alunas partem do galego. Portanto, o estudo de português converte-se numa ferramenta que permite aos alunos ver o galego como umha língua muito mais ampla, com a que podem fazer a sua vida sem necessidade de recorrer ao espanhol.

Além disso, os alunos e alunas podem acabar o ensino secundário sabendo ler textos com ortografia portuguesa, o qual é um grande avanço, pois na minha trajetória tenho encontrado muitas pessoas que compartilham a visom reintegracionista, mas nom conseguem dar o passo de escrever ou ler em norma internacional porque falta umha alfabetizaçom que dificulta muito esse processo.

Finalmente, em relaçom a se o português deve ser lecionado dentro da matéria de galego, acho que ainda nom estamos nesse momento, pois há muito professorado de galego que ainda nom entende o galego como umha língua internacional, o qual do meu ponto de vista seria contraproducente. Pois para integrar o ensino de português na matéria de galego primeiro deveria estar clara a premissa de que o galego é umha variante do português e nom duas línguas diferentes […].»

Cf. PGL

Carla Nepomuceno: “Não é possível apenas com atitudes positivas manter o galego porque inúmeras pessoas que apresentam atitudes positivas, não o utiliza”

Carla Nepomuceno (PGL)

«[…] Qual deve ser o papel do português no ensino? Ampliar a sua presença como segunda Língua Estrangeira? Ser lecionada dentros das aulas da matéria troncal de galego? Ambas?
Esta pregunta é um pouco complexa porque necessita do engajamento de políticas públicas neste sentido. Em linhas gerais, eu acredito que ao falarmos do ensino de português na Galiza perpassa por reflexões sobre a necessidade de uma abordagem específica para os estudantes galegos, é necessária uma avaliação sobre as ações político-linguísticas realizadas na Galiza para o ensino do Português como segunda língua estrangeira.
Talvez, o caminho a seguir seja buscar metodologias sensíveis às diferenças e semelhanças culturais e linguísticas dos estudantes de português na Galiza, verificando o repertório linguístico que nos une, bem como os diferentes valores sociais e identitários de cada um. É necessário encontrar um caminho para o desenvolvimento do ensino de português porque difere totalmente da focagem do ensino de PLE para estudantes bilíngues, ao mesmo tempo que também difere do ensino de PLE para não falantes de português. Não sei se consegui ser clara neste ponto, a questão é que, se ampliar o ensino de português como língua segunda ou focá-la dentro da matéria de galego, coincidimos em uma questão: há que procurar outras achegas para sustentar esta abordagem, levando em consideração todas as particularidades do ensino de português na Galiza. […]»

Cf. PGL

XORNADAS “GALICIA NA LUSOFONÍA DOS ANOS 20” | 3-4 NOVEMBRO

Deputación de Pontevedra coa acción exterior de Galicia

«Esta proposta nasce oito anos depois da aprovaçom da Lei Paz Andrade, e desenvolve-se ao abrigo dum convénio entre o IGADI e a Deputación de Pontevedra, ligado também à aprovaçom em março de 2021 da Lei de Acción Exterior e Cooperación ao Desenvolvemento de Galicia, assim como à entrada do Estado Espanhol na Comunidade de Países de Língua Portuguesa coma observador associado, no verao do 2021.
O IGADI é responsável polo Observatorio Galego da Lusofonía e a entidade experta de estudos internacionais no Consello de Acción Exterior da Xunta de Galicia (CAEX)».

Cf. PGL

Ramón Villares: “Galiza, terra irmá de Portugal”

«Este breve ensaio, editado pola Fundaçâo Francisco Manuel dos Santos (Lisboa, 2022),  trata da evolución histórica de Galicia, contada en diálogo coa historia e a política de Portugal, comezando pola raíz común que foi a Gallaecia romana e sueva até os primordios do segundo milenio, cando se produce a escisión entre as duas partes da antiga provincia romana, na que o norte (a “terra  lucense”) fica co propio nome de Galicia e a parte do sul (“terra bracarense”) se transforma a partir de Portucale no reino de Portugal,  do que mesmo procede o nome da lingua daquel novo reino peninsular. O poeta Miguel Torga dixo en certa ocasión, a propósito dunha visita de escritores galegos  á sua morada de Coimbra, que ao escoitar aquel “lenguajar nativo e arcaico” no que lle falaban, decatouse da existencia  duma patria común pero “trágicamente dividida”.  A división non foi especialmente tráxica, pero a pregunta segue a ser se aquela escisión dun territorio común pode ser refeita ou debe continuar no estado actual. Esta é a cuestión na que teñen matinado moitos dos nosos devanceiros, nun tempo alcumados como “iberistas”.

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