Terreiro galego da Lusofonia: Batuko Tabanka

DJUNTA MÔ, de Batuka Tabanka

«Temos dedicado atenção quer a Cabo Verde, quer à Galiza, dois países irmãos, duas culturas intimamente ligadas a Portugal – a galega a montante, nos alvores da nossa identidade, a cabo-verdiana a jusante, consequência das nossas navegações e do povoamento que fizemos das terras que achámos. Ligações entre essas duas culturas? Existem e não são poucas».

«Há uma colónia de cabo-verdianos na Galiza, maioritariamente constituída por homens do mar. Um grupo de doze cabo-verdianas, residentes em Burela (Lugo), ensaia desde há cerca de uma dezena de anos, recuperando ritmos ancestrais como a «Batuka». Vamos falar destas corajosas mulheres que não querem que a memória e a voz da sua cultura se percam. O grupo nasceu durante um jantar em Burela. Uma das actuais componentes do grupo, perguntou: por que não batucamos como as velhas da nossa terra? E a pergunta, floresceu, resultando no «Batuko Tabanka».

Diz Antonina de Cangas, a solista do grupo: «As mulheres não podiam falar e, comunicavam, batendo no peito como manifestação de protesto. Depois utilizaram um trapo molhado» e depois, acrescentou, um saco de couro colocado entre as pernas. A «batuka» é uma música de trabalho, como a da «pandereteira» galega ou a das adufeiras portuguesas; está à margem das dolentes mornas que Cesária Évora internacionalizou.»

Cf. Estrolábio

A diva do fado Ana Laíns actuará en Viveiro con 60 músicos de Galiza e Portugal

Ana Laíns em Viveiro

Ana Laíns, a Diva do Fado, leva a transversalidade da música portuguesa às festas de Viveiro

«Na Grécia é chamada de “Diva de um Fado Diferente”. Na França é a “Virtuosa do Palco” e em Portugal a “Cantora Colorida”. Com 25 anos de percurso profissional, Ana Laíns (Tomar; 1979) chega à Marinha para oferecer concerto nas Festas Maiores de Viveiro. Segundo Carlos Timiraos, director da Banda do Landro, a encarregada de orquestrar o espectáculo, desde o mês de maio estão a trabalhar conjuntamente e agora tudo está preparado para reunir no palco um total de 60 músicos da Galiza e Portugal. Através das redes sociais, a própria artista também faz promoção deste encontro musical: “no próximo dia 11 de Agosto volto à Galiza do meu coração. Eu e os meus músicos iremos juntar-nos à magnífica Banda “O LANDRO” para o anual concerto nas festividades do município de Viveiro. Estamos a preparar um concerto lindo e irrepetível. Será uma honra”. A cita será na Praça Maior de Viveiro, em presença da estátua de Pastor Díaz, às 22:00 horas desta próxima sexta-feira. A entrada é livre […]».

Cf. PGL

Na memória de Astrud Gilberto

Astrud Gilberto

«Astrud Gilberto, nascida Astrud Evangelina Weinert (Salvador, 29 de março de 1940Filadélfia, 5 de junho de 2023), foi uma cantora brasileira de bossa nova e jazz de fama internacional.

Casada com João Gilberto entre 1959 e 1964, foi o seu grande incentivador a vencer seu medo de palco[1] e em 1963, mesmo ainda sendo uma cantora amadora na época, e pelo seu inglês excelente (seu pai era professor de línguas),[2] foi a primeira que gravou a versão em inglês de Garota de Ipanema,[3] a segunda música mais gravada de todos os tempos.[4]

Com sua carreira construida quase completamente no exterior, é amplamente mais conhecida fora do país, fato com o qual já desabafou uma vez.[1][5]» (cf. Wikipédia).

10 de xuño: Dia de Camões no Círculo de Artesáns da Coruña

Por segundo ano celebraremos o dia de Camões no Círculo de Artesãos da Corunha (também conhecido por Circo de Artesáns e com nome oficial de Sociedad Recreativa e Instructiva de Artesanos), sociedade fundada em 1846 e sempre sediada na rua Sto. André, número 36, da cidade de Hércules. O evento de novo conta com a colaboração da revista Palavra Comum.

Com esta instituição, a mais velha da Galiza e uma das mais antigas de Espanha na sua categoria, tivo colaborado um dos grandes vultos do teatro e a cultura galegas no século XX: Jenaro Marinhas del Valhe. Nas suas palavras nos apoiamos para defender a necessidade de celebrar Camões e com ele o interesse dos galegos polos clássicos portugueses:

«Havemos de acentuar a nossa atenção sobre as publicações dedicadas aos escritores clássicos da literatura portuguesa, já que atingem marcadamente a nossa própria literatura galega. Toda literatura que se preze assenta-se sobres um seu período de madurez que apelidamos clássico, e a ele deve dirigir a mirada todo o que pretenda estudá-la ou ocupar um lugar no estamento das letras. Mas não de nenhum jeito para imobilizar-se nos seus esquemas ou cânones estilísticos, unicamente para não se perder de si, para não outrizar-se em expressões estranhas».

E nos mesmo quadro de referencias, o professor Marinhas fazia constar dous aspetos muito relevantes da História da literatura galega, que poucas vezes se reconhece como faz falta: que carecemos de clássicos próprios e que os nossos maiores vultos literários se têm expressado total ou maioritariamente em castelhano.

Todas estas razões, e outras mais, muito melhor exprimidas foram já gravadas por mim na homenagem a Jenaro Marinhas de 2008:

Alunos de escolas do norte de Portugal e da Galiza rompem fronteiras através da arte

«O projeto «Meninos Cantores», que juntou 500 alunos de 17 escolas do Norte de Portugal e da Galiza, gravaram um disco com músicas tradicionais da eurorregião. Este trabalho vai servir para apoiar a candidatura luso-espanhola da Associação Cultural e Pedagógica Ponte…nas Ondas! ao Registo de Boas Práticas com o Património Cultural Imaterial da UNESCO […]».

Cf. Alunos de escolas do norte de Portugal e da Galiza rompem fronteiras através da arte – El Trapezio

César Morán: “Memória do Zeca”

José Afonso (Foto Rui Ochoa)

«Alguns nomes são imortais, ou ficam para sempre, que é o mesmo. Dias atrás, a propósito do Zeca, dizia-se que a arte nunca morre, e são os artistas que morrem, o qual é uma verdade relativa, pois da beleza, a meu ver, fica polo menos o nome, como da rosa, quer seja a rosa de Eco ou a de Yeats. E é assim que o nome de José Afonso –também conhecido polo diminutivo familiar Zeca Afonso– já tem um lugar na história como um dos artistas de maior relevo nos anos 60, 70 e ainda nos 80. Poucos como ele reuniram as qualidades de cantautor de intervenção social, maravilhosa voz de registo doce e claro, construtor de inúmeros textos e melodias, facilidade para ajeitar a cada letra a música mais própria, natural e à vez em linhas de modernidade.

Sempre seguimos o seu rasto, sendo para nós uma inquestionável referência, e é por isso que nos comprazeu participar, o passado 25 de novembro, na apresentação do livro José Afonso. Todas as canções, agora reeditado pola Associação José Afonso (AJA). Um livro de enorme interesse que já conhecíamos desde a primeira edição em 2010, com transcrições musicais, prefácio, notas e índices de Guilhermino Monteiro, João Lóio, José Mário Branco e Octávio Fonseca. O evento foi no espaço sempre acolhedor de Portas Ártabras, introduzido por Felipe Senén e com a presença e a palavra do Guilhermino Monteiro, vindo desde o Porto, assim como do Henrique Marques e o António Pimenta por parte da AJA. O amigo Xico de Carinho, figura essencial nas relações do Zeca com a Galiza, deu unidade a um ato nutrido de música, palavra e emoção, intervindo com as harmónicas nas canções que interpretamos, à vez que contava histórias pouco divulgadas […].»

Cf. CÉSAR MORÁN – Cantautor, compositor e escritor

Apresentaçom do livro “José Afonso, Todas as Canções. Partituras, Letras, Cifras” em Ferrol

A AJA Galiza (Associaçom José Afonso) colabora com a apresentaçom do livro “José Afonso, Todas as Canções. Partituras, Letras, Cifras” que edita as partituras, letras e diagramas de acordes de 159 cançons da autoria do músico português José Afonso, compiladas e transcritas por Guilhermino Monteiro, José Mário Branco, João Lóio e Octávio Fonseca.

Cf. Portal Galego da Língua

Lydia Botana tamén fala portugués

«[…] «Eu sempre tiven iso de contestar na lingua que me falan, por educación. E falar o galego axudoume a desenvolverme en seis linguas [galego, castelán, inglés, francés, italiano e portugués]», asegura desbotando o sambenito da falta de utilidade do idioma. «Medrar nunha terra onde se falan varias linguas é unha riqueza», non dubida […].

De adolescente empapouse do galego no conservatorio e o idilio comezou. Á primeira banda que tivo, un trío feminino, xa lle puxo nome galego, Deixaví. «A batería falaba sempre en galego e chamaba a atención. E aí vólveste reivindicativa. Daquela eu escoitaba reggae e punk brasileiro. A primeira reivindicación miña do galego foi esa. Logo chegaron os e-mails, e púxenme no enderezo Bolboreta, que é a miña palabra favorita. Xente de Arxentina e Australia chamábame Bolboreta! Ou Bolbo…», ri.

Para ela, o galego «fainos únicos» e é un modo de reivindicar as raíces. Con isto, voa na súa mestizaxe de lingua cara ao futuro. «Souben hai pouco que un dos meus bisavós estivo no cárcere por defender as súas ideas en galego», evoca. «Hai que coñecer a nosa historia —di—, saber que se tentou erradicar a nosa esencia como pobo. E despois que cada unha elixa a lingua na que quere falar».

«Santiago foi a primeira cidade na que puiden falar galego no bus, nun banco, no súper…», dixo quen viviu tamén en Vigo e Ourense. «E en Brasil poucos sabían que a súa lingua naceu onda o galego. Eu que alí collía moito Uber, con todos os taxistas falaba disto! Contáballes: ‘Son de Galicia, onde naceu a vosa lingua’», recorda a multinstrumentista que abraza a mestura de linguas, pobos e sons. «O galego non é só para falar de música ou de cultura galega. É para todo, para o mundo! Para min é un orgullo que me digan que teño acento galego noutras linguas», reivindica […].»

Cf. La Voz de Galicia