Marco Neves: “Espero abrir os olhos aos leitores portugueses para a proximidade real entre o português e o galego”

A Através editora, chancela editorial da AGAL, desejava desde quase o seu início publicar um livro sobre a questão identitária da nossa língua, na Galiza, mas de uma ótica portuguesa. Então apareceu um dos melhores candidatos, Marco Neves, professor na Universidade Nova de Lisboa, tradutor, autor de vários livros de divulgação linguística e do imperdível blogue, para os amantes do facto linguístico, Certas Palavras.

Marco, o título do livro é uma pergunta. Dá para ser respondida com uma sílaba ou precisamos de mais?

Dá para ser respondida com uma sílaba — é o que muitos fazem na Galiza quer a sílaba seja «sim» quer seja «não». Em Portugal, dificilmente encontramos alguém que tenha uma resposta tão rápida… Caímos, facilmente, num «não» hesitante, que será a resposta mais óbvia a uma pergunta que raramente ouvimos. Depois, há também casos em que a pergunta é incómoda. Ora, neste livro, tento mostrar a razão por que há quem faça a pergunta, o que — espero — irá abrir os olhos aos leitores portugueses para a proximidade real entre o português e o galego. Ou seja, sim, podemos responder à pergunta com uma sílaba, mas eu proponho mais umas quantas sílabas antes de chegarmos a alguma conclusão. Estou em crer que essas sílabas extra serão uma boa surpresa.

Continuar lendo “Marco Neves: “Espero abrir os olhos aos leitores portugueses para a proximidade real entre o português e o galego””

Fernando Venâncio: «Mas não devia custarnos tanto assumir que nos exprimimos numa variante de galego»

Fernando Venâncio e Xavier Alcalá em Bruxelas

«Falamos português, não vamos agora mudar o nome à língua. Mas não devia custarnos tanto assumir que nos exprimimos numa variante de galego. Por uma questão de justiça histórica, por respeito pelo nosso passado». O linguísta portugués Fernando Venáncio (Mértola, 1944) dá unha entrevista á veterana revista portuguesa Ler, editada polo Círculo de Lectores, mentres anuncia un libro para o outono vindeiro sobre historia da lingua. «Nós, os galegos» é o chamativo título que  escolle o xornalista Paulo Barriga, para unha profunda e reveladora conversa na que o galego ou o reintegracionismo son atentamente radiografados por Fernando Venâncio.

«Estou a escrever uma História das origens do nosso idioma, para sair no outono. É uma História com várias histórias dentro, interessantes, apaixonantes mesmo, que nunca foram contadas e eu quero por força contar. Será um livro de divulgação, mas com base em labor científico, de que vou publicando os resultados em congressos e em revistas da especialidade. Gostaria de fazer com o idioma o que outros fazem com a astrofísica, ou o Jorge Buescu faz com a matemática e o Carlos Fiolhais com a ciência». Fernando Venâncio, naceu no Alentejo, pero estudou en Braga desde os 10 anos, «o meu primeiro conflito linguístico deuse com os canoros minhotos, que se riam da minha fala do Sul, porque a deles é que era a autêntica. Estavam lançados os alicerces do linguista, e eu só tenho de agradecerlhes» Cos anos converteuse en profesor da Universidade de Amsterdam e confésase herdeiro de Óscar Lopes, Jacinto de Prado Coelho ou Antonio José Saraiva. 

Continuar lendo “Fernando Venâncio: «Mas não devia custarnos tanto assumir que nos exprimimos numa variante de galego»”

O portugués non é lingua estranxeira, por Enrique Sáez Ponte

Considerar o portugués como lingua estranxeira é un grave problema de diagnóstico. A causa disto, a vantaxe de que o galego e o portugués compartan tronco lingüístico estase convertendo nun obstáculo real para o achegamento da xuventude ao emprego da lingua irmá, cando tiña que ser o contrario.

Enrique Sáez Ponte

O portugués debe ser ensinado desde o galego, aínda que iso pete coa divisoria oficial entre linguas, que neste caso concreto é bastante artificial. No sistema educativo español, hai programas de ensino para linguas propias e para linguas estranxeiras. Calquera deles está estruturado nunha serie de cursos que abranguen un período de formación de varios anos, con profesores e orzamentos específicos. Mais aquí temos unha situación moi nosa: o gris existe. O branco ou o negro non nos serven, porque o portugués é unha lingua que poderíamos denominar semipropia; está nunha categoría inexistente na racionalidade legal dos programas educativos.

Feijoo: “El gallego es el origen del castellano y del portugués” e “tenemos raíces celtas”

«[…] Preguntado pola situación da lingua galega, Feijóo soltouse como poucas veces fai: “Algunos filólogos acreditan que el gallego es el origen del castellano” e “del portugués”. De feito, tamén remarcou que é “un idioma de la lusofonía” que “nos comunica con unos 270 millones de lusófonos en el mundo” […]».

(Cf. Galicia Confidencial)